Mesmo com processos de modelagem inteligente, uma grande quantidade de matéria prima é descartada diariamente pela indústria de confecção. Em geral é descartado cerca de 20% a 30% de tecido no processo de corte de uma peça.
Mesmo os tecidos que de fato se transformam em roupas não estão livres de serem jogados no lixo sem nunca terem sido usados, isso ocorre, pois, a produção excessiva faz com que roupas fiquem paradas em estoques, proliferando mofo e ocupando espaço. Há ainda indícios de que, para abrir lugar para novas coleções, marcas descartam ou incineram pilhas de roupas produzidas e não vendidas.
A moda está longe de ser circular, tudo o que foi produzido, cedo ou tarde irá para o lixo, e nós acabamos com o equivalente a um caminhão de lixo de têxteis sendo jogados em aterros sanitários ou queimados a cada segundo no mundo.
A indústria têxtil é baseada num modelo linear desatualizado de extrai-produzir-descartar. Modelo extremamente poluente e que gera desperdícios absurdos, não só de matéria prima e recursos naturais, como também de lucros financeiros, cerca de 500 bilhões de dólares é perdido todos os anos devido a roupas que mal são usadas.
A poluição causada pela produção e uso dos têxteis mais comuns na moda, como os estimados meio milhão de toneladas de microplásticos – o que equivale a mais de 50 bilhões de garrafas plásticas – jogados anualmente nos oceanos, por conta do tratamento e lavagem das roupas de poliéster.
Como nós limpamos essa bagunça e fazemos tudo funcionar de uma maneira mais sustentável?
Em uma nova economia têxtil, a roupa seria projetada para durar mais tempo, ser usada mais vezes e ser facilmente alugada ou revendida e reciclada. Explorar novos materiais e encontrar melhores tecnologias e soluções são ações cruciais para uma moda mais circular e limpa, mas isso só será possível com colaboração.
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