Você sabe como as marcas precificam um produto? Como saber se o que você paga é “caro” ou “barato”?
Muitas vezes o valor agregado da marca reflete no preço final do produto. Por exemplo, uma bolsa cujo valor de mercado é R$ 20.000 não custou nem 1/100 disso para ser produzida, mesmo quando toda a cadeia de suprimentos e mão de obra foi extremamente bem remunerada, mas o posicionamento de marca e seu público alvo condizem com o valor final da peça.
Em outra situação, uma peça que custa R$20 significa, para muitos, um produto com preço justo, ou barato. Isso dá a impressão de que, pelo fato de não ser uma peça criada por grifes famosas, o preço condiz com o valor real de produção. Entretanto, muitas vezes, para uma peça barata chegar ao mercado e ainda dar lucro à uma empresa, provavelmente alguém saiu perdendo e esse alguém costuma ser o elo mais fraco da cadeia: os trabalhadores ‘braçais’ da confecção ou da extração ou produção da matéria-prima.
Por isso, vemos recentemente tantos casos relacionados à trabalhadores em condições análogas à escravidão relacionadas à indústria da moda.
Em ambos os casos – das peças caras às extremamente baratas – é importante lembrar que a cadeia de produção é longa e globalizada, desde a obtenção de matéria-prima até a comercialização. Para as grandes marcas, essa longa cadeia representa maior número de fornecedores e mão-de-obra a preços competitivos, e a produção em grande escala diminui os custos.
Mas para as empresas menores, os custos em pequena escala não são tão diluídos, tornando os preços inevitavelmente mais caros. Geralmente a mão-de-obra é interna ou terceirizada, mas com responsabilidade, assim como os fornecedores.
Claro que há exceções nessa cadeia. O importante é saber que é impossível comparar uma peça apenas pelo preço, pois isso não significa qualidade da produção, muito menos sustentabilidade e responsabilidade social.
É importante sempre conhecer de quem você está comprando: seus valores, como é produzido, em qual escala e condição de trabalho. Um produto pode ser barato na prateleira, mas pode custar muito caro para as pessoas e para o meio ambiente.
Fonte: http://www.insectashoes.com/blog/caro-ou-barato-entendendo-a-complexidade-da-producao-de-moda/
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